quarta-feira, 11 de abril de 2012

Sintese do artigo: “Tecnologia Educativa em Portugal: conceito, origens, evolução, áreas de intervenção e investigação” de Elias Blanco e Bento Silva






O artigo “Tecnologia Educativa em Portugal: conceito, origens, evolução, áreas de intervenção e investigação” apresenta-nos um panorama da intervenção da Tecnologia Educativa em Portugal. Começando por analisar o conceito de Tecnologia, em geral, através de uma perspectiva histórica da sua utilização ao longo dos tempos, os seus autores verificam que a relação entre Homem e Natureza, mediada pela tecnologia, sempre existiu, tendo mais ênfase numas épocas do que noutras, vendo o seu grande impulso na sociedade contemporânea. Foi a partir deste impulso, no século XX, que as instituições educativas reestruturam os seus princípios de organização e a Tecnologia passa a aliar-se à educação, sob a forma de “Tecnologia Educativa”.
Vários autores, que reflectiram sobre esta matéria, identificam diferentes etapas de evolução deste conceito. Blanco (1983) reconhece três, que se distinguem pela ênfase colocada na sua acção. Primeiramente, a sua acção enfatizava a modernização dos processos de ensino, através dos meios audiovisuais. Posteriormente (2ª etapa), o seu foco passa-se a centralizar na aprendizagem pelo aluno e não no ensino pelo professor e, finalmente (3ª etapa),na década de 70, com o advento e desenvolvimento da cibernética, que trouxe a aplicação da concepção sistémica à educação e, nos anos 80, da hipermédia, esta tecnologia passou a focar-se na mudança educativa.
Em Portugal, também se podem destacar três momentos de evolução: arranque, onde a sua acção se focava, ainda, nos meios audiovisuais como auxiliares para o ensino, tendo sido criada, em 1964, a Telescola, afirmação, através da integração da Tecnologia Educativa na Formação de Professores, criação do Projecto Minerva e a aplicação dos trabalhos de Reforma Educativa, entre 1987 e 1988, onde se destacam três programas que valorizam esta Tecnologia (A5, A6 e A7) e desenvolvimento, resultante destas Reformas, que fez com que a tecnologia educativa, actualmente, seja uma das componentes das Ciências da Educação presente em todas as modalidades de formação de professores dos diferentes graus de ensino não superior.
A Tecnologia Educativa intervém, no nosso país, em três áreas: o apoio à educação/ensino à distância, a formação de professores e educação de adultos em formação profissional.
Segundo os autores, a investigação em Tecnologia Educativa, em Portugal, ainda se encontra nos seus primórdios, apesar de poder evoluir com a criação de Mestrados e Doutoramentos na área. Esta centra-se essencialmente na aplicação das teorias de aprendizagem à estruturação do conhecimento; no desenvolvimento de métodos, estratégias e técnicas de ensino-aprendizagem; na exploração dos recursos tecnológicos da informação e da comunicação e, por fim, na utilização de sistemas de planificação, de gestão e de avaliação na analise dos problemas e soluções educativas.
A Tecnologia Educativa pode trazer muitos benefícios para a educação, mas se for bem aplicada. Para isso, é necessário criar condições e, sobretudo, dar formação aos Professores nesta matéria. No caso da música, consideramos ainda haver um longo caminho pela frente.

Bibliografia:
Silva, E. & Bento, S. (1993). Tecnologia Educativa em Portugal: conceito, origens, evolução, áreas de intervenção e investigação. Revista Portuguesa de Educação, Vol. 6 (3), 37-55.


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